segunda-feira, março 19, 2007

Para onde caminhamos?


Foi com grande estupefacção e tristeza que assisti, por sugestão de um amigo (beijinhos, Nike :)) ao mais fantástico... coiso (não lhe encontro nome) da televisão portuguesa. Falo do novo... coiso "A Bela e o Mestre", da TVI. Quem ainda não viu, não veja. Para quem já viu, deixo aqui a minha palavra de apreço e solidariedade.
Ora bem, segundo consta, este... coiso traz-nos para a televisão uma mão-cheia de casais, cujo objectivo é a ajuda mútua. Se se tratasse de casais de idosos a mudar fraldas uns aos outros, seria bem mais interessante, mas neste... coiso, os cromos inteligentes têm que ensinar as burras boazonas a serem espertas, enquanto as burras boazonas têm que ensinar os cromos inteligentes a serem tarados inteligentes. Não me parecia nada muito difícil, até ter visto este...coiso pela primeira vez e ter-me deparado com uma burra boazona que tinha que dizer o nome das três pessoas que lhe iam aparecer em fotografias. A menina burra boazona olhou para a foto do Che Guevara, uma das mais conhecidas, e diz: "eu sei quem é, mas não me RElembro do nome..." Quer então dizer que a burra boazona lembrou-se do nome do senhor, mas nesse mesmo momento esqueceu-se e não se consegue relembrar. Isto leva-me a concluir que afinal a burra boazona também tem alzheimer! Logo de seguida, a burra boazona com alzheimer diz que: "este senhor (Che Guevara) COSTUMA usar barba..." E eu que pensava que o homem tinha sido assassinado... Afinal não! Ele é que se disfarçou, pelos vistos com uma barba e a malta não deu conta. Ou então a burra boazona com alzheimer tem também contactos com o além! A fotografia seguinte era da Condoleezza Rice. A burra boazona com alzheimer e contactos com o além, depois de muito ajudada pelo apresentador e pelo júri, diz: "pois, esta senhora é uma CONDENSA..." Para o leitor mais incrédulo, aqui vai: "condensa - 3ª pessoa do singular, do presente do indicativo do verbo condensar OU 2ª pessoa do singular do imperativo do verbo condensar".
Como se isto não bastasse, houve neste... coiso um gravíssimo erro de produção. Ninguém disse ao apresentador que quando se tem um microfone não é preciso gritar. Basta falar normalmente e deixar que o micro e os operadores de som façam o resto.
Enfim, mais um programa(?) da nossa televisão, qe continua a não apostar em produtos originais e insiste em ir buscar tudo o que já existe, tudo o que já é velho, tudo o que já foi feito, seja bom ou mau. Sem preocupação pela qualidade, pelo telespectador, ou pela sociedade. Não devíamos esquecer que, com excepção da RTP, não são os directores das estações quem decide a sua programação ou conteúdos, mas sim os verdadeiros donos das estações. E quem são eles? Empresários de grandes multinacionais, como a Media Capital (TVI), ou a Impresa (SIC). Parece que aquilo que decide o que vemos ou deixamos de ver são os números das audiências e nada mais.
Perante isto, uma questão urgente se coloca: temos a televisão que temos, porque somos a sociedade que somos, ou somos a sociedade que somos, porque temos a televisão que temos?

1 Comments:

Blogger The Coiso said...

Hei!Levas um banano se voltas a utilizar de maneira tão inapropriada a palavra "Coiso", assim como promover a associação da referida palavra a algo tão deplorável e odioso como o dito programa televisivo.
Considere-se avisada cara colega da blogosfera. :)

3:56 da manhã  

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